Em recente discussão, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) nº 8194/14 que prevê a proibição do uso de gorduras vegetais hidrogenadas em alimentos. Conhecidas como um tipo de gordura trans, as gorduras vegetais hidrogenadas são o resultado da hidrogenação de óleos vegetais e, por muito tempo, foram amplamente utilizadas na indústria de alimentos por melhorarem a consistência e textura e ainda aumentar a vida de prateleira de alguns produtos, tais como sorvetes, bolos, biscoitos, etc.
Em meio a diversas discussões, os riscos à saúde vêm sido estudados pela comunidade científica há muito tempo e demonstraram que o consumo em excesso pode resultar no risco de desenvolver doenças cardiovasculares ao longo prazo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite máximo de consumo é de 2 gramas/dia que pode ser facilmente ultrapassado visto que o consumidor não tem o hábito, e por muitas vezes não entende, a informação constante nas tabelas nutricionais. Uma pesquisa recente conduzida pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (IDEC) demonstrou que 97,3% das pessoas sabem que consumo de gordura trans faz mal à saúde e que 89% acredita consumir sem perceber.
Movimentos em prol da proibição da gordura trans vêm sido discutidos em outros mercados. A Dinamarca foi o primeiro país a banir seu uso em alimentos já em 2003, seguida da Suíça e mais recentemente dos Estados Unidos. No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) conduziu um trabalho em parceria com seus associados para redução progressiva até atingir 5% de gordura trans no total de gorduras em 2010, os resultados foram bastante positivos com uma redução de 230 mil toneladas de gordura trans em comparação com o ano anterior ao estudo. Sobre o Projeto de Lei em discussão, este deverá sofrer ainda alguns ajustes pelo IDEC para então ser analisado pela Câmara dos Senadores.
FONTE: BRASIL ALIMENTOS