A NRF 2020, uma das maiores feiras de varejo do mundo, aconteceu do dia 11 ao 14 de janeiro, em Nova Iorque. O evento, de recorrência anual, teve seu foco na edição deste ano na análise de dados, otimização e automação de processos.
Em suma, vários conteúdos apresentados durante o evento ressaltaram a importância do tratamento de dados e de como a nova riqueza está na informação. Segundo Satya Nadella, CEO da Microsoft, o grande diferencial tecnológico
do varejo está na organização do armazenamento de dados. Dessa forma, a administração desses dados tem sua importância por possibilitar uma integração personalizada da relação entre lojista e consumidor.
Simultaneamente, ainda no quesito dados, há uma preocupação em relação a segurança, privacidade e alcance dessas informações. Nos Estados Unidos, diferentemente do que ocorre no Brasil com a Lei Geral de Proteção de
Dados (LGPD), o assunto vem sendo tratado em jurisdições estaduais e não em escala nacional. Assim, as variações de regulação resultam em dificuldades nas adequações das empresas que atuam em amplitude nacional.
A otimização e automação de processos para uma experiência de usuário mais intuitiva e individualizada também foi destaque na feira. O consumidor passa a escolher quando, como e onde quer ser atendido, seja em loja física ou em loja virtual. Um exemplo desse cenário é o serviço disponibilizado pelo grupo de lojas de departamento de luxo Neiman Marcus. É possível realizar um agendamento para a utilização do provador, com ambientação e músicas a escolha do cliente, além de poder contar com o apoio de um estilista, pré-selecionando roupas que se adequem ao perfil do usuário.
Nesse ínterim, serviços voltados ao varejo em si também foram discutidos no evento. Organizar a operacionalização logística passou a ser um processo inteligente, principalmente com o uso da tecnologia, como faz a empresa Fabric. Através de robôs, drones e máquinas a empresa viabiliza que processos como organização da estocagem passem ser automatizados, assim, elevando a eficiência do negócio. É possível ver esse modelo nos supermercados da rede Walmart, como abordado em outra matéria do nosso blog.
A tecnologia que aparentava estar tão distante nunca esteve tão próxima, e os alimentos também não ficaram de fora. A empresa Natural Machines apresentou uma nova forma de se trabalhar os alimentos em hospitais, pensando na experiência de quem irá consumir a comida. Por meio de uma impressora 3D é possível que um purê de batatas tome a forma de uma flor, por exemplo.
O varejo do futuro tem sua sustentação em soluções tecnológicas que irão permitir coletar, analisar e tomar decisões com informações reais de consumidores, fragmentando cada vez mais o mercado, e dessa forma, possibilitando uma maior personalização nesse relacionamento que está se (re)construindo.
Fonte: Istoé Dinheiro e Consumidor Moderno.