No último dia 02 de novembro, foi divulgada uma pesquisa realizada com 2.573 pessoas em 160 cidades conduzida pelo Instituto Datafolha. Segundo a pesquisa, 48% dos consumidores brasileiros declaram não ter o costume de ler as informações do rótulo, tais como lista de ingredientes e a tabela nutricional. Os dados são ainda preocupantes entre os 52% que declaram ler os dados: 35% dizem entender “mais ou menos” as informações, 3% não entendem qualquer dado e apenas 14% diz entender bem.
Estes números só reforçam a necessidade de explorar o tema em profundidade. Voltamos a uma antiga questão, ainda não resolvida: Como deixar o rótulo mais acessível e claro ao consumidor? Recentemente mudanças na legislação regulamentaram a declaração de alérgenos (amendoim, ovos, camarão, etc) e a declaração da presença de lactose. Grupos de estudos da própria ANVISA vêm estudando a possibilidade de inserir de forma visível e gráfica informações do teor de açúcar, sódio e gordura.
O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) defende a aplicação dos símbolos gráficos conhecidos como Guias Nutricionais. Em Outubro, o IDEC conduziu uma pesquisa online com 2.651 internautas para avaliar possibilidade de mudanças na rotulagem nutricional para uma versão mais resumida no painel frontal. Nesta pesquisa, 93% dos pesquisados mostraram-se favoráveis às mudanças, mas declararam compreender parcialmente ou muito pouco as informações do rótulo de alimentos.
A ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos) afirma que é legítimo demandar por informações mais claras e participar das discussões sobre mudanças de rótulos, mas defende que essa não seja a única medida. Investir em ampliar o acesso à educação nutricional é atuar ainda na base da informação.
FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO